domingo, 14 de janeiro de 2018

Os demônios que eu carrego

Essa madrugada acordei com um demônio batendo em meu ombro, ele me apavorava, só de olhar para ele meu corpo estremecia.
 Ele tem uma força absurda, uma capacidade horrenda e me dominar, uma vez me disseram para não lutar contra ele, é impossível você vencer qualquer batalha, demônio caprichoso, sabe me manipular, me deixar completamente dominada, mas se eu não lutar ele vai vencer e vencer dia após dia. 
Então adotei uma postura diferente com ele a de ignorar, ignorei seu sorriso, suas provocações, seus trejeitos de mexer exatamente onde mais doía.  
Então ele me trouxe um amigo, definitivamente ele agora não estava mais a fim de ser ignorado. Por capricho algumas vezes eles me deixavam em paz. 
Eu me armava com uma espada flamejante, uma armadura brilhante e seguia meu caminho. Então eles voltavam, gostavam de me ver pronta e disposta, a briga era bem mais interessante, a final de contas quem gosta de derrotar um inimigo despreparado, não tem honra nisso. 
Me cercava das artimanhas mais insuportáveis, e gritavam em minha cabeça o tempo todo meus defeitos, minhas inseguranças. 
Noites sem dormir são comuns quando se está guerreando com eles, você sabe que precisa vencer que precisa lutar é o que as pessoas começam a dizer, mas não é tão simples. 
Agora você é visto como pessoa indesejável por grande parte dos seus aliados, as tramas foram tecidas, suas atitudes impulsivas por já não ter mais esperanças de vitória te transformaram nisso, um párea dos ciclos de convívio, muitas vezes você mesmo acha que isso é melhor, afinal não passa de um guerreiro cansado, derrotado. 
Mas a sua luta está ainda sendo travada, embora já não mais te restem aliados, ou motivações. 
Sua vergonha não pode ser maior que a suas últimas forças, você precisa levantar mais um dia, e viver assim só mais um dia.